“We Hill Bengalis are deprived”:

Identity innovation in an Asian Highland borderland

Resumo

No mundo contemporâneo, a importância da política de identidade é cada vez mais proeminente, particularmente no domínio da governação e da reivindicação de direitos e prerrogativas por parte do Estado. O presente trabalho de investigação centra-se na zona fronteiriça do sudeste do Bangladesh, onde indivíduos com origens étnicas diversas têm estado envolvidos em processos de inclusão e exclusão para fazer valer os seus direitos. Historicamente, esta zona fronteiriça foi o lar ancestral de doze comunidades "tribais" distintas. Contudo, em resultado dos esforços de construção do Estado, estas comunidades foram gradualmente marginalizadas politicamente e ultrapassadas em número pela comunidade maioritária nacional, os muçulmanos bengalis. Este artigo centra-se especificamente na mudança de atitude do Estado, que recentemente passou de uma atitude pró-bengali pura e simples para uma política que sanciona oficialmente as reivindicações das populações tribais ou montanhesas locais no sentido de um certo grau de autonomia. Esta mudança levou ao aparecimento de numerosas organizações que representam os recém-chegados bengalis, que procuram dar resposta às suas preocupações em matéria de segurança e de sentimento de pertença na região. Com base num ano de investigação etnográfica, este artigo explora as origens destas organizações e as motivações que levam os seus membros a aderir. Argumentamos que a interação entre a presença e as intervenções do Estado na região e as interações cotidianas entre as comunidades locais das montanhas e os imigrantes bengalis dão origem a um vasto leque de estratégias inovadoras, algumas das quais visam apaziguar, enquanto outras facilitam o conflito. As estratégias bengalis e, em particular, a invenção de uma identidade “Hill” bengali refletem os sentimentos de insegurança e exclusão vividos pelas maiorias migrantes na região.