Produzindo territórios festivos em São Paulo: as fraternidades folclóricas bolivianas como experiência e pertencimento

Autores

  • Vinícius de Souza Mendes

Palavras-chave:

Bolívia, São Paulo, Mobilidades, Migrações, Folclore

Resumo

Para além das oficinas de costura e do trabalho informal, já contemplados pela literatura sobre a presença boliviana em São Paulo, este artigo se propõe a observá-la por meio das fraternidades folclóricas, conjuntos de danças cujos contextos de aparição – de grandes festas urbanas a rituais privados – os recolocam na experiência urbana a partir de outra condição: a de fraternos. Nessa mudança, se transforma também a forma como eles experimentam a cidade: figuram nesse novo pertencimento espaços e temporalidades que só são consumidos por ocasião das festividades das fraternidades. É uma outra territorialidade marcada não pela rigidez do trabalho nas oficinas ou pelo lazer em “guetos étnicos”, como a Praça Kantuta, mas pelo movimento no tempo e no espaço do mapa urbano. Utilizando métodos móveis, acompanhei as fraternidades em seus calendários festivos, observando como dinamizam uma mobilidade na dobradura entre lógicas produtivas (os fraternos trabalham para dançar nas fraternidades) e reprodutivas (os espaços de lazer são lugares de práticas festivas). Nesse processo, repetem, na experiência migrante, a experiência histórica das fraternidades bolivianas na Bolívia andina da segunda metade do século XX, quando foram instrumentos reivindicatórios por novos espaços sociais e políticos

Downloads

Publicado

2023-08-24

Como Citar

de Souza Mendes, V. (2023). Produzindo territórios festivos em São Paulo: as fraternidades folclóricas bolivianas como experiência e pertencimento. TRAVESSIA - Revista Do Migrante, 1(96). Recuperado de https://revistatravessia.com.br/travessia/article/view/1148