Imaginar Londres nas decisões dos migrantes brasileiros de classe média: cosmopolitismo, multiculturalismo e o papel da imaginação geográfica
Palavras-chave:
Classe, Imaginação geográfica, Desigualdade, Londres, Migração, MulticulturalismoResumo
Este artigo usa uma abordagem qualitativa e biográfica para explorar as motivações e subjetividades por trás da migração de brasileiros de classe média para Londres. Usa o conceito da imaginação geográfica para entender como os migrantes imaginam não apenas seus destinos e locais de origem, mas, também, como suas próprias identidades são moldadas por suas relações imaginadas com esses locais. O artigo argumenta que, para muitos brasileiros de classe média, suas motivações para migrar são expressas em termos de “alienação social”: um sentimento de distância do local de origem resultante da falta de identificação e confiança nas instituições e até mesmo na cultura do Brasil. Isso contrasta com o conceito de migração devido à “alienação material [material alienation]”. Este termo descreve as pessoas que migram para acessar um nível mais alto de consumo das mercadorias ou ganhar dinheiro para usar quando eles voltam para o Brasil. Para aqueles que migram devido à “alienação social”, eles reivindicam que têm uma interpretação menos material da “qualidade de vida” no destino da migração. Mais, essa interpretação se torna uma espécie de mercadoria por direito próprio. Um marcador importante nas diferenças entre dois modos é as divisões das classes sociais que, às vezes, se cruzam com as divisões regionais e raciais.