A feminização como tendência da migração boliviana para São Paulo

Autores

  • Clara Lemme Ribeiro USP

DOI:

https://doi.org/10.48213/travessia.i78.358

Palavras-chave:

feminização da migração, bolivianas, crise de trabalho

Resumo

O presente artigo pergunta-se sobre a nova tendência migratória chamada de feminização das migrações, partindo do caso empírico do fluxo de bolivianos para São Paulo. A presença feminina boliviana passa a chamar atenção após a década de 1990, quando começa a aumentar rapidamente. Os motivos de saída da Bolívia das mulheres relacionam-se às dificuldades no acesso à terra, ao trabalho e ao dinheiro. Após a chegada, as trajetórias passam necessariamente pelo emprego na costura, podendo seguir por outros caminhos. Nas oficinas, as mulheres lidam com uma divisão do trabalho produtivo, a realização das atividades domésticas, o cuidado com os filhos e a exposição à violência sexual. Em nossa interpretação, a feminização das migrações constitui-se como um momento da crise do trabalho, tanto em relação à sua mobilização para fora do país de origem quanto em relação à sua inserção. O cerne dessa nova tendência é a contradição entre um ganho de autonomia por parte das mulheres e uma exposição a formas renovadas de violência

Biografia do Autor

Clara Lemme Ribeiro, USP

Geógrafa, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia Humana, PPGH-USP.

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Publicado

2016-06-28

Como Citar

Ribeiro, C. L. (2016). A feminização como tendência da migração boliviana para São Paulo. TRAVESSIA - Revista Do Migrante, (78), 101–120. https://doi.org/10.48213/travessia.i78.358

Edição

Seção

Artigos