Em busca de um lugar de memória de trabalhadores/as rurais
Constituição de um repositório digital em dois espaços-tempos
DOI:
https://doi.org/10.48213/travessia.i89.959Palavras-chave:
repositório digital, trabalhadores rurais, memória, agronegócio, gênero, etniaResumo
O estado de São Paulo é um dos maiores produtores de commodities (açúcar, etanol, suco de laranja, café etc) do país. Há duas décadas, o modelo de produção agrícola implantado é caracterizado por um processo que possui duas faces: a) o desenvolvimento acelerado da modernização, por meio do emprego maciço de tecnologias avançadas, cujo resultado tem sido a dispensa de centenas de milhares de trabalhadores/as; b) o apagamento da memória laboral. Diante deste contexto, objetiva-se neste artigo tecer algumas reflexões acerca da produção de um repositório digital, contendo a memória de trabalhadores/as rurais. Este repositório é constituído pelo acervo de mais de mil horas de entrevistas com migrantes, homens e mulheres do Vale do Jequitinhonha, Paraíba, Maranhão, Piauí, além de vários municípios do estado de São Paulo, e também com sitiantes e assentados rurais. As entrevistas ocorreram no espaço das últimas quatro décadas.