Migração na crise humanitária e sanitária da pandemia
DOI:
https://doi.org/10.48213/travessia.i91.996Schlagworte:
Pandemia de Covid-19, Migração forçada, Crises econômica, Política e social, Covid-19 pandemic, Forced migration, Economic, Political and social crisesAbstract
As autoridades dos diversos países, da mesma forma que órgãos internacionais, costumam batizar as migrações de “crise humanitária’’. Não é raro que movimentos desse gênero coincidam com outros tipos de crise, tais como tensões e conflitos nas fronteiras geográficas proliferação de acampamentos de prófugos e refugiados, em condições sub-humanas; lacunas e precariedade na infraestrutura de políticas públicas urbanas para acolher os recém-chegados; disputa brutal e silenciosa pelos raros, parcos, sujos e pesados serviços no campo do trabalho informal; abertura de brechas tanto para o tráfico organizado de seres humanos quanto para situações análogas ao trabalho escravo; exploração sexual e trabalhista de menores; deterioração da organização, dos direitos e da dignidade dos trabalhadores. Embora com suas especificidades próprias, as coisas se repetem, com a crise sanitária instalada em todo o planeta pela pandemia da Covid-19. As migrações, de fato, em certas ocasiões podem ocorrer, ao mesmo tempo, como causa e efeito de problemas ligados à saúde. Se, por um lado, determinadas epidemias históricas ou catástrofes humanas tendem a desencadear a fuga massiva de pessoas, por outro lado, o mesmo movimento tende igualmente a desmascarar, escancarar e aumentar carências sanitárias nos lugares de destino. Deve-se ter presente, porém, que a ligação entre migração e crise sanitária não é mecânica. Fatores como desemprego ou subemprego, estrutura fundiária e nível de renda, entre outros, entram em jogo.