Mangia che te fa bene!
Comida e identidade entre os descendentes de imigrantes italianos no Rio Grande do Sul
DOI :
https://doi.org/10.48213/travessia.i72.143Mots-clés :
identidade étnica, comida étnica, diferenciação culturalRésumé
Neste artigo, analisamos o papel da comida para os descendentes de italianos que migraram para o Rio Grande do Sul em finais do século XIX e início do século XX. No sul do Brasil, os imigrantes europeus se instalaram em pequenas colônias que, embora dentro dos parâmetros da política de colonização brasileira, buscavam reproduzir o modelo camponês europeu. Esses imigrantes eram, em sua maioria, camponeses pobres, católicos e provenientes do norte da Itália. Uma migração familiar marcada pela expectativa da cucagna, da terra em que os salames nasceriam em árvores e a conquista da riqueza seria uma questão de tempo e algum trabalho. Ou seja, além de ascenderem socialmente e tornarem-se proprietários, aquelas populações queriam comida e a queriam em abundância. Acreditamos que a ênfase na fartura representa a prosperidade e o desejo de perpetuá-la, mas também sinaliza para a diferenciação cultural e a simbologia da migração que deu certo.