Acolhida no contexto bíblico e extra-bíblico
Semelhanças e originalidade
DOI :
https://doi.org/10.48213/travessia.i57.213Résumé
O mundo cristão se aproximou das experiências e tradições de Israel de formas diferentes e, às vezes, até antitéticas. No passado, Israel foi concebido como um povo tão diferente dos demais que quase parecia alheio ao contexto cultural em que formou sua identidade, e isso só pelo fato de ter sido o povo da Bíblia, escolhido por Deus. Em seguida, mais recentemente, passou-se ao extremo òposto, eliminando esta diferenciação em relação aos outros povos. Tomou-se, assim, um dos muitos povos do Oriente Médio daquela época, perdendo suas peculiaridades. Após esta oscilação entre continuidade e descontinuidade com a compreensão dos povos vizinhos, hoje a tentativa é a de se chegar a um maior equilíbrio, a uma síntese. O nosso ensaio se coloca nesta última postura. Israel foi se estruturando em contato com os povos vizinhos. Influenciou e foi influenciado. Isso vale para o processo que o leva progressivamente do politeísmo ao monoteísmo, os mitos fundacionais, as narrativas de heróis, a legislação, os rituais e muitas outras realidades. E vale, também, para o tema da acolhida e outros afins, como hospitalidade e hostilidade. Israel apresenta, ao mesmo tempo, algo de semelhante às populações vizinhas e algo de específico. Paralelos e originalidade sobre as compreensões e práticas de acolhida se misturam. [...]