O imigrante ideal: uma análise da política imigratória de Getúlio Vargas (1930 – 1945)
Palavras-chave:
Política imigratória, Getúlio Vargas, EugenismoResumo
Esse artigo tem por objetivo analisar a política imigratória adotada durante o governo de Getúlio Vargas, bem como suas origens, fundamentos ideológicos e consequências para os imigrantes e para a população local. Fez-se uso de uma metodologia voltada para um estudo histórico e análise documental, utilizando fontes primárias e secundárias. Destaca-se que a imigração é um fenômeno que sempre foi constante para o Brasil, sendo o tráfico de africanos um dos maiores eventos de imigração forçada já visto. Ademais, o histórico migratório brasileiro é repleto de nuances, a princípio se desejava estrangeiros para o trabalho, porém, a preferência por europeus, brancos e cristãos estava em primeiro lugar nos desejos das elites brasileiras. Assim, começava a surgir a imagem de imigrantes ideais para o Brasil. Durante o governo de Getúlio Vargas, a ideologia eugenista, que era influente nos regimes nazifacistas da Europa, também esteve presente nos decretos, nas circulares secretas e nas propagandas do regime brasileiro, fazendo-se presente nas classificações de grupos étnicos que seriam bons ou ruins para a formação social, moral e sanitária brasileira. Em suma, observou-se que no Brasil houve uma ampla política imigratória segregacionista, fundamentada no eugenismo, classificando grupos étnicos como perigosos ou valorosos à uma formação da nacionalidade brasileira. Assim, as autoridades e as elites perpetuaram a discriminação e o racismo às populações já marginalizadas do país, como os nativos e afrodescendentes, e as que tentavam refúgio e emprego nas lavouras e indústrias brasileiras, como nipônicos e judeus.